sábado, 22 de fevereiro de 2014

De quando a gente deita pra dormir

Os ventos do leste do esquecimento
Já tão adormecidos em suas memórias
E oblivitudes
Despertaram e num sopro resolveram voltar
Um sopro, um ronco, um espreguicamento, e veio rodopiando para cá em formato de furacão
Meio torto pra lá meio torto pra cá girando e gritando sem encontrar o seu lugar, meio aqui e meio lá como que querendo também voltar pra onde vinha de acordar . Os ventos nervosos antes adormecidos e talvez tão nervosos assim só por que alguém os acordou tocaram as folhas da árvore que se repousava e estas plainAram suavemente pelo ar ignorando toda a força do vento das memórias como se não fora ele que as havia despertado, mas reconhecendo que elas se desprenderam sozinhas assim como quem abre os olhos naturalmente com o despertar do dia
Palavras. Conjuntos de letras, de sons. Fazem mais sentido quando acompanhadas de outras delas que viram frases: mais letras, mais sons. No papel são desenho, na voz, música. Na mente, abstratas ou decodificadas, sentimento, reflexão. Algumas talvez vazias que quase buscam apenas substituir o silêncio. Como se esse fosse vazio... São  desenhos, sons, combinações invisíveis ou decodificadas que podem causar nojo, medo, encanto, ou paixão, ou qualquer tipo de sentimento, ideia ou reação tanto quanto ou mais que qualquer coisa mais concreta que posso ver ou tocar. E quem disse que o que vejo e toco é menos ilusório do que aquilo que acredito dizer ou escutar? Já faz algum tempo que aprecio o silêncio, mas as palavras também tem o seu lugar.