quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Errepetindo

Saber aprender com os erros dos outros, pra não ter que aprender com os próprios... Nenhum erro é novo, a humanidade vem cometendo os mesmos erros desde que o mundo é mundo.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Recarregando


Hoje era dia de lavar o cabelo. Lavo dia sim dia não. É que cabelo grande é meio complicado de lavar todo dia, e ele fica seco. A última vez que eu lavei foi no sábado à noite, quando saí com você. Ontem foi domingo, hoje é segunda, são onze e meia, quase terça já. Tomei banho demorado, alternando entre muito quente e muito frio, mas esqueci de lavar o cabelo. Tô fazendo hora esperando o celular terminar de carregar na sala pra poder levar ele pro quarto pra no mesmo ritual de sempre, deitar, apagar a luz e ligar pra você, que provavelmente vai reclamar da minha demora para ir dormir, na verdade achando ruim a demora para te ligar, dizendo que eu preciso dormir cedo, que dormir pouco faz mal. Mas é que o meu celular tá novinho, eu não quero viciar a bateria. Eu comprei ele nesse final de semana, por que semana passada eu perdi meu antigão, como já perdi vários. E eu sei que perdi mesmo, por que aquele alí nem valia a pena roubar. E o bom é que eu fui na loja querendo só recuperar o meu chip e acabei ganhando esse aparelho com os pontos da conta. Você provavelmente ainda vai estar de pé quando eu te ligar, estudando, conversando com o vizinho, essas coisas que você sempre faz. Não sei como você arruma tempo e energia para fazer isso tudo. Nunca te ouvi dizer que tá com preguiça. Você é o que sempre dorme tarde e ainda pega no meu pé dizendo que eu tô fazendo coisas demais. Eu vou te contar do meu dia e você do seu, vou ficar tão cansada que vou responder tudo com um "uhum" e logo antes de desligar vou te perguntar: "dorme comigo?", e você responde: "durmo sim, abraçadinho".
Fui na cozinha pegar água e aproveitei para encher a vasilha, que já estava por um dedo. Voltei. Que saco, esse celular tá demorando muito pra carregar, eu tinha carregado ele ontem. Será que ele já tá com a bateria viciada? Sentei para escrever. Pelo menos vou estar fazendo algo útil... ou não.
Saco. Amanhã acordo muito cedo. Tenho prova logo de manhã e mil trabalhos para fazer. Final de ano é sempre assim, eu enrolo nove meses e nas duas últimas semanas eu corro contra o tempo. Eu não quero ficar de recuperação. Tô cansada da escola e quero mesmo é férias para ficar à toa e fazer tudo o que eu tenho planejado esse ano mas não tive tempo de realizar. É sempre assim. As férias vão chegar e eu não vou fazer nada. Ah, e daí? Férias é férias, né? É férias ou são férias? Sempre tive dúvida. Amanhã era pra ser o meu dia de acordar mais tarde, mas a prova de francês que era pra eu fazer no sábado vai ser no mesmo horário da prova final na escola, aí eu tive que passar o teste de francês justamente pro horário que eu deveria estar em casa dormindo. Podiam ter marcado pra outro dia, né? Por que aí eu estaria na escola e mataria aula...
Tem um troço vibrando. O celular carregou. Já te ligo

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

É Isabel, pô!

Hoje a vizinha simpática me chamou de novo pelo nome errado - que todos costumam enganar. Mas eu nem corrigi, nem liguei. Fiquei até meio aliviada, por que eu nem sabia o nome dela mesmo.

Mim quer ser Eu

Mim precisa de férias. Mim precisa de tempo para fazer as obrigações, as vontades, e depois disso tudo ainda descansar um pouquinho. Mim só quer ter tempo sobrando para fazer isso tudo que ela já faz só que sem ter que se preocupar com o tempo. Mim quer férias para não ter obrigações, e sobrar ainda mais tempo para organizar o quarto, pintar as paredes, fazer esportes, botar em dia o bronzeado, e cumprir uma divertida programação de férias que Mim mesma se propôs. Esses compromissos que Mim inventa para si mesma só pra dar algum sentido à vida quando não tem mais nenhuma obrigação a cumprir.

Hipócritas Felizes?


Talvez os hipócritas sejam mesmo mais felizes. Os hipócritas, idiotas, ignorantes, alienados, ou como você queira chamar.
É que essa coisa de observar o comportamento das pessoas e achar a coisa mais estranha do mundo, questionar tudo o tempo inteiro e querer mudar tudo o que eu não concordo, pode ser muito cansativa. 
E às vezes também fica chato ficar sozinha o tempo todo por não achar nenhuma companhia que valha a pena, ou ficar calada a maior parte do tempo por não conseguir me envolver em nenhuma conversa superficial nos corredores da escola. Pior ainda é abrir a boca e ter que ficar me explicando e justificando por ninguém entender meu jeito diferente (eba!) de pensar e achar que precisei fumar maconha para ter minhas viagens.
Deve mesmo ser mais fácil usar a roupa da moda ao invés de ter um estilo próprio, escutar os "hits" de merda da rádio e ir em qualquer festa sem se incomodar com a música que está tocando ("por que pôxa, é o Michel Teló, cara!"). Deve ser mais fácil ver que o sistema de transporte público está uma bosta e pegar o carro de quatro lugares para dirigir sozinho. O carro que você comprou em setecentas prestações e que nem vai mais ser seu quando terminar de pagá-lo. Deve mesmo ser mais fácil jogar lixo no chão e se queixar das enchentes. Pagar propina ao policial que te pegou na blits e reclamar dos políticos corruptos do seu país. Deve mesmo ser mais fácil fazer compras sem nem mesmo se PREOCUPAR em PROCURAR saber a procedência do produto, mas depois fazer parte de campanhas ambientalistas no facebook para aliviar a consciência. Deve mesmo ser mais fácil julgar uma pessoa sem se dar ao trabalho de conhecê-la. Deve mesmo ser mais fácil copiar o dever de casa ao invés de estudar e aprender (tudo bem, pra essa eu abro uma exceção, e, admito, sou hipócrita nesse ponto!), e É MESMO mais fácil abrir uma exceção para cada regra que não nos favorece.
Deve ser mais fácil dizer que Bob Marley morreu ou por overdose de maconha, ou por excesso de piolho por causa dos dreads - aham - e divulgar frases alheias com a sua autoria sem nem mesmo procurar saber sobre a vida dele.
E deve mesmo ser mais fácil falar do sapato da moda que você comprou, e da festa que você foi, e da menina que você "pegou". Comentar da fulana que fez isso, da ciclana que fez aquilo e da outra que você está criticando a roupa, - só por que ela não se veste igual a você - do que realmente pensar para falar.

 Acho que no fundo somos todos um pouco hipócritas, mas fico em dúvida se os mais felizes somos nós hipócritas conscientes ou aqueles hipócritas, hipócritas mesmo, que acham que são felizes vivendo desse jeito. 

sábado, 10 de novembro de 2012

"Sei que às vezes uso 
Palavras repetidas 
Mas quais são as palavras 
Que nunca são ditas?"

Legião Urbana - Quase sem querer

Volta, Maria!


Maria se sente sozinha. No fundo, sozinho todo mundo é, mas a gente desfarça isso com as nossas companias. Mas Maria escolheu se sentir sozinha. Ela se isola do mundo por achar que ela mesma se basta. No fundo, Maria sente falta sim, de ter uma conversa mais profunda com alguém, ou de trocar risadas que sejam bobas, mas verdadeiras. É que seu velho caderninho de anotações e a sua mente singelamente genial às vezes ficam cheios demais e nem sempre precisam se desmanchar em palavras, mas em abraços e gargalhadas à toa. Maria faz poesias que não mostra a ninguém, vai ver é essa raiva toda do mundo por achar que as pessoas não merecem tanta beleza.
Maria se isola do mundo por que não quer fazer parte desse monte de maldade, destruição, hipocrisia... Ela não quer se misturar às pessoas e correr o risco de falar obviedades, falar mal de todos como quem diz bom dia, não quer ter de ver aqueles olhares estranhos e zombados. Maria não quer se misturar à multidão que se esbarra na rua sem pedir desculpas, que não se olha nos olhos quando conversa, que só quer as coisas mundanas...
Maria, por não ter tais sentimentos ruins dentro de si, realmente duvidou um dia que eles existissem. Ela não fazia nada com maldade, não sentia inveja de ninguém. E não entendia como alguém poderia sentir inveja dela, logo dela. Mas um dia o mundo a provou que esses sentimentos existem sim, no coração das pessoas. 
Maria então se isolou do mundo por que não podia mais sofrer com ele, seu coração é muito bom e as suas intenções, das mais puras, e ela morre de medo de se contaminar com essa imundice.
O que Maria não vê é que se isolando, ela fortalece essa sujeira ao invés de trazer o seu brilho. Ela não sabe o quanto pode encantar as pessoas e inspirá-las a ser tão incríveis quanto ela. O quanto as suas palavras, quando libertadas, podem ser doces, o quanto o seu olhar pode trazer paz.
Por que, ah! Se Maria soubesse, ela falaria mais, abraçaria mais, sorriria mais! E o mundo sorriria de volta vendo que não foi de tudo abandonado.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Isabel e Gabriella e Iaci e Maria e Amanda

Isabel e Gabriella e Iaci e Maria e Amanda queriam se encontrar. Queriam encontrar a elas mesmas, e acabaram achando umas à outras. Não que elas fossem iguais, eram até bem diferentes... mas se recusavam a ser iguais à todos os outros.
 Isabel e Gabriella e Iaci e Maria e Amanda  se acharam em meio à multidão e agora, juntas, continuam procurando por elas mesmas.

Rascunhando a vida

"Larga disso, menina! A vida já tá cheia de problemas e você aí, com a cabeça em arte! Vai fazer alguma coisa que presta!"

E Malu continuava desenhando nas margens do caderno de matemática...

Engolindo-me


Mal sabia eu, que por menorzinha que eu fosse, dentro de mim já era grande o suficiente para eu me perder.