que esse embrulho no estômago
toda vez que penso
pudesse se transformar em desenho
rabisco nervoso
de preto no branco
pra rasgar
e atear fogo ao papel
levando as mágoas
com a fumaça ao léu
as palavras que me pego resmungando
mas gostaria
- ah se eu pudesse
te sussurrar
me sufocam
e me provocam berros
quando a agonia do umbigo sobe pra garganta
que coça,
e grita e uiva,
e no choro soluça
procurando uma solução
e no choro soluça
procurando uma solução
pedindo por socorro
clamando por perdão
perdão que virá desta mesma mente confusa
que criou o pecado
e instigou o malvado
fardo da ilusão
que acusa e maltrata
e destrói
e destrói
todas as lembranças boas
e castiga e critica
e aponta
e aponta
pra bem longe a esperança
a esperança boba, sonsa, tola
de que seja mesmo ilusão
de que eu esteja enganada
que tudo isso não é nada
mas o nada que me abraça
também arranha e esbraveja
afogando numa cerveja
minhas supostas
ultimas lagrimas