De-te-s-to esse estresse pré-viagem.
A confusão começa no momento em que se pensa pra onde ir. Quando o destino é obrigatório, mais fácil. Aí tem que pensar em comprar as passagens, planejar a data, senão, olhar a estadia. Começam as economias: não se faz e não se pensa em mais nada que não seja a viagem. Se for internacional, pior ainda: quanta burocracia! É passaporte, visto, autorização pra isso, pra aquilo...
Tomar vacina, fazer exames, e de quebra uma limpeza odontológica só pra garantir. Isso tudo pra não dar um pipiripaque "nas gringas".
Fazem parte do processo as compras: se vai pra praia compra biquíni, creme bronzeador, e um pacote na academia pra chegar saradona no verão. Se for pro Ski, tôca, luva, e até meia especial, que custam uma fortuna e a gente nunca mais usa.
Chegou a hora de arrumar a mala. Se tem lista de sugestões, ela só atrapalha: "Até parece que eu só vou usar isso! Lista ridícula!". Bota coisa, tira coisa, e acaba levando a casa inteira dentro da mala. Sem contar com a sensação que te incomoda até o fim te dizendo que tá esquecendo alguma coisa, e, realmente: chegando lá descobre que esqueceu a roupa de banho nova e a escova de dentes.
Na hora de partir, aquela correria! Enfia a mala no carro, coloca as tralhas em vinte posições diferentes até caber. Leva o cachorro pra casa da tia, entrega o papagaio pro vizinho, e dá comida pro peixe suficiente pra quinze dias.
Prepara o sanduíche (ou a farofa) pra comer no caminho, dá uma limpeza na geladeira, e pras donas de casa mais sistemáticas, rola até uma faxina.
Aí todo mundo resolve tomar banho na mesma hora ou senão sempre tem um que atrasa.
"Ai, nós vamos perder o vôo, o ônibus, vamos pegar engarrafamento na estrada!!!". Sim, por que pra quem vai de carro tem que partir antes de o sol nascer!
Mas se você vai de avião, também, por que a ida ao aeroporto, que fica onde Judas perdeu as botas, já é uma viagem em si. E, fora as horas na fila do check-in e do trajeto, tem que esperar de duas a quatro horas pro vôo. Isso se você der sorte da sua companhia aérea seguir a mesma ética de antecedência que eles cobram de você.
Pega fila daqui, dali, corredores imensos, e detectores de metais que apitam até com o zíper da calça.
A poltrona do avião parece ter sido feita pra deixar a sua bunda quadrada, a comida parece de hospital, e o seu vizinho de assento ronca. Não tem problema, você não conseguiria mesmo dormir com suas pernas formigando e o seu tímpano quase explodindo por causa da pressão do vôo.
No carro, sua irmã mais nova vomita ao seu lado enquanto seu irmão recita trava-línguas cuspindo farofa. O CD que sua mãe coloca é até bom, mas depois de rodar oito vezes, pois foi o único que ela levou, você passa todas as suas férias se sentindo nos anos oitenta e sabendo todas as músicas de cór.
No destino, se ninguém pegar uma insolação ou passar mal por causa da comida bizarra, fora as brigas com seus irmãos e o caldo que você levou na frente daquele gato, tudo corre bem.
Na volta, tudo mais ou menos igual à ida, fora o peixe que morreu de fome, o cachorro que fugiu da casa da tia, e o papagaio que voltou imitando o Faustão.
Ufa! Acho que vou precisar de férias dessas férias.
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