Ela arrancava do espelho todas aquelas fotos dele, e dos dois juntos. Aquelas fotos que ela foi colando durante os meses e que aos poucos foram tomando espaço, impedindo-a de ver o seu reflexo.
Ela foi arrancando pouco a pouco aquelas fotos como se arrancasse um pedaço do seu coração, e as jogava no lixo, com a dor de quem joga fora as lembranças boas, mas sabendo, bem no fundo, de que jogava fora também o sofrimento e a decepção escondidos por trás daqueles sorrisos forçados para as fotografias.
E quando terminou, ela pôde se ver novamente no espelho e naquele reflexo via uma nova de si.
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